Neste
feriado li uma reportagem na Exame.com onde algumas empresas já estudam férias
ilimitadas para seus funcionários. Quando vi a chamada, logo veio vários
questionamentos e assim “mergulhei” na reportagem.
Bom,
para inicio de conversa quem cogitou essa ideia foi o Richard Branson, CEO do
Grupo Virgin, que tem 400 empresas de setores que vão de aviação a
telecomunicações, é conhecido por ser um executivo polêmico.
Ele já se vestiu de aeromoça e
trabalhou em um voo durante 6 horas para pagar uma aposta, tentou fazer duas
voltas ao mundo de balão e admitiu nunca ter lido um livro sobre gestão de
pessoas até escrever o seu. Agora voltou a causar. Desta vez promete testar com
170 funcionários de um de seus negócios o conceito de férias ilimitadas.
O executivo abordou o assunto em seu
blog em setembro de 2014. “O trabalho flexível tem revolucionado o local, o
horário e a maneira como cumprimos nossas funções”, escreveu o bilionário. “Se
trabalhar das 9 da manhã às 5 da tarde não é mais a realidade, por que
deveríamos restringir as políticas de férias a uma vez ao ano?” Ele crê que o
bom senso fará com que as pessoas não encarem a flexibilidade como permissão
para passar meses longe do trabalho.
A ideia é fazer com que os
profissionais decidam quando tirar uma folga, seja ela de horas, dias, semanas
ou meses. “Presumo que as pessoas só farão isso quando se sentirem 100%
confortáveis de que cumpriram suas tarefas e de que a ausência não vai afetar
negativamente os negócios ou sua carreira”, disse Richard.
Richard Branson |
A ideia não surgiu da cabeça
(imaginativa, de fato) do magnata. Veio de uma sugestão de sua filha, que o
avisou sobre uma política semelhante adotada pela Netflix, empresa de vídeos
online.
Nos Estados Unidos, há uma tendência
entre as empresas de tecnologia, principalmente as moderninhas do Vale do
Silício, a conceder mais autonomia sobre o período de folga.
No Brasil, as leis trabalhistas
obrigam as companhias a cumprir férias de 30 dias para os funcionários — no
máximo, pode-se vender dez dias. Quem ousa fazer algo diferente aqui é a Return
Path, empresa de análise de e-mails, que adota o conceito de férias ilimitadas
na matriz americana e que, em terras brasileiras, deixa os funcionários
escolher os melhores dias para se afastar do trabalho, sem precisar de
negociação com a chefia.
Alguns fatores impedem a realização
das férias. Uma pesquisa do site de viagens e reservas Expedia mostra que 30%
dos brasileiros vendem as férias para guardar dinheiro. Pode ser bom para o
bolso, mas sacrifica a descompressão. Outros 28% optam por não tirar todos os
dias de uma vez, deixando acumular para tirar mais para a frente. E 26%
reclamam da dificuldade de conciliar os planos com amigos ou familiares.
Eternas ou não, as férias são um
momento importante para a vida de qualquer profissional — embora muitos não
consigam desligar e continuem checando e-mails do trabalho: uma pesquisa do
TripAdvisor mostra que 75% dos brasileiros tomam essa atitude. Claro que esse
hábito é justificável.
As pessoas criam mecanismos de
proteção, como aguentar críticas ou ficar mais focadas no próprio desempenho,
para não deixar que a ansiedade as impeça de trabalhar. Mas, para os autores, a
pressão aprisiona talentos e boas ideias, pois muita gente não solta a
criatividade por ter metas (irreais) a cumprir.
As férias ajudam a fugir desse
círculo de pânico e maus resultados. Algumas vezes, é preciso tomar uma atitude
drástica, como fez o empreendedor David Niu. Exausto por tocar a gestão de
dois empreendimentos de mídia digital, ele resolveu que era a hora de parar,
sem hora para voltar.
David comprou passagens só de ida
para a Nova Zelândia e passou por Austrália, China, Vietnã, Hong Kong, Coreia e
Taiwan antes de voltar aos Estados Unidos. Nesses países, falou com 30
presidentes para descobrir os problemas das empresas. Compreendeu que a grande
preocupação deles é não entender por que perdem pessoas que pareciam felizes
com o trabalho, mas que estavam, na verdade, frustradas. E foi dessas viagens
que ele está muito afim de colocar em prática a polêmica “Férias ilimitadas”!
E você, como gestor, o que acha
dessa ideia de Férias Ilimitadas? Adotaria na sua equipe?
Um
abraço,
Dani
Nunes ★
danielleanunes@gmail.com
Fonte: http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/noticias/ja-imaginou-se-as-ferias-fossem-ilimitadas
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