quarta-feira, 1 de abril de 2015

Construa Confiança


Para que possamos promover um ambiente de trabalho prazeroso e saudável é imprescindível o estabelecimento de relações de confiança, que se tornam cada vez mais um desafio em uma sociedade competitiva e muitas vezes permeada por relações superficiais. 

Em uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI em 2014, constatou-se que 82% dos brasileiros acreditam que as pessoas sempre querem tirar vantagens das outras; 62% relatam não ter confiança em quase nenhuma pessoa e 47% não têm confiança nos colegas de trabalho.

Por confiança compreende-se a capacidade de se tornar vulnerável à decisão ou opinião de uma pessoa ao entender que ela possui competência e não irá lhe prejudicar.

Este tipo de relação envolve três fatores:

1. Integridade: Devemos ser pessoas honestas e íntegras. É preciso que tenhamos consistência entre o que dizemos e o que fazemos. Muitas vezes as pessoas têm verbalizações bonitas, articuladas e coerentes, mas não conseguimos visualizar na prática elas agirem deste modo.
“É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal maneira que num dado momento a tua fala seja a tua prática.” (Paulo Freire)

 2. Benevolência: Uma pessoa de confiança considera os interesses dos outros e não está centrada apenas nas suas necessidades. Trata os outros de forma justa, apresenta tolerância e boa vontade com os demais.

3. Capacidade: Para que as relações de confiança sejam construídas no ambiente de trabalho é preciso que a pessoa tenha competência técnica, ou seja, ela deve ter conhecimentos e habilidades para realizar as atividades pertinentes ao seu cargo. Aliada à competência técnica está a competência interpessoal, que é a capacidade de se relacionar com outras pessoas de modo harmonioso e colaborativo.

Existem alguns comportamentos que expressam confiança e é preciso refletir se apresentamos os mesmos nas relações humanas no trabalho:

- Solicitar ajuda. Pessoas que querem fazer tudo sozinhas e mostrar que não precisam do apoio das demais podem ser percebidas como menos confiáveis;

- Aceitar sugestões. A flexibilidade para rever nossas ideias e crenças é fundamental para criarmos sinergia no trabalho;

- Admitir deficiências e erros. Mostrar que erramos ou que temos algumas limitações em determinados aspectos não nos torna menos capazes, mas sim mais confiáveis ao sermos transparentes e humildes;

- Honrar com as promessas feitas. As pessoas esperam que o que foi prometido por alguém seja cumprido. Quando isto não ocorre, há perda de credibilidade e podem surgir dúvidas em relação à honestidade de quem prometera algo.

- Valorizar relações profundas e verdadeiras do que relações superficiais que visam o sucesso em curto prazo. Estas relações superficiais estabelecidas tão somente para obter vantagens de outra pessoa geram descrédito por parte dos outros e transmite-se uma imagem de oportunista aos demais.

Confiança é algo que se constrói como um bloco de cada vez, mas, quando é violada, a parede inteira vem abaixo.” (David Branker)

No trabalho, as relações de confiança encorajam as equipes e assumirem riscos e facilita o compartilhamento de informações entre as pessoas, o que impacta positivamente na produtividade organizacional. Pesquisas mostram que quando é baixo o nível de confiança no trabalho, há uma percepção de mal-estar, sensação de descontentamento e sentimentos de angústia e ansiedade. Esta falta de confiança repercute na saúde das pessoas no trabalho, no desempenho e alcance dos resultados organizacionais.


A confiança é, antes de mais nada, uma relação psicológica. Ela não pode se estruturar a não ser sobre certa transparência, uma experiência partilhada e a certeza que se pode crer na palavra dada pelos colegas.” (Dejours) 

Abraço,

Dani Nunes
danielleanunes@gmail.com

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