Para que possamos promover um
ambiente de trabalho prazeroso e saudável é imprescindível o estabelecimento de
relações de confiança, que se tornam cada vez mais um desafio em uma sociedade
competitiva e muitas vezes permeada por relações superficiais.
Em uma pesquisa realizada
pela Confederação Nacional da Indústria – CNI em 2014, constatou-se que 82% dos
brasileiros acreditam que as pessoas sempre querem tirar vantagens das outras;
62% relatam não ter confiança em quase nenhuma pessoa e 47% não têm confiança
nos colegas de trabalho.
Por confiança compreende-se a capacidade de se
tornar vulnerável à
decisão ou opinião de uma pessoa ao entender que ela possui competência e não
irá lhe prejudicar.
Este
tipo de relação envolve três fatores:
1. Integridade: Devemos ser pessoas honestas e íntegras. É
preciso que tenhamos consistência entre o que dizemos e o que fazemos. Muitas
vezes as pessoas têm verbalizações bonitas, articuladas e coerentes, mas não
conseguimos visualizar na prática elas agirem deste modo.
“É fundamental diminuir a distância entre o
que se diz e o que se faz, de tal maneira que num dado momento a tua fala seja
a tua prática.” (Paulo Freire)
2. Benevolência: Uma pessoa de confiança considera os interesses dos
outros e não está centrada apenas nas suas necessidades. Trata os outros de
forma justa, apresenta tolerância e boa vontade com os demais.
3. Capacidade: Para
que as relações de confiança sejam construídas no ambiente de trabalho é
preciso que a pessoa tenha competência técnica, ou seja, ela deve ter conhecimentos e habilidades para
realizar as atividades pertinentes ao seu cargo. Aliada à competência técnica
está a competência interpessoal, que é a capacidade de se relacionar com outras pessoas de
modo harmonioso e colaborativo.
Existem alguns comportamentos que expressam
confiança e é preciso refletir se apresentamos os mesmos
nas relações humanas no trabalho:
- Solicitar ajuda. Pessoas que querem fazer tudo sozinhas e mostrar que não precisam do
apoio das demais podem ser percebidas como menos confiáveis;
- Aceitar sugestões. A flexibilidade para rever nossas ideias e crenças é fundamental para
criarmos sinergia no trabalho;
- Admitir deficiências e erros. Mostrar que erramos ou que temos algumas
limitações em determinados aspectos não nos torna menos capazes, mas sim mais
confiáveis ao sermos transparentes e humildes;
- Honrar com as promessas feitas. As pessoas esperam que o que foi prometido
por alguém seja cumprido. Quando isto não ocorre, há perda de credibilidade e
podem surgir dúvidas em relação à honestidade de quem prometera algo.
- Valorizar relações profundas e
verdadeiras do que relações superficiais que visam o sucesso em curto prazo. Estas relações
superficiais estabelecidas tão somente para obter vantagens de outra pessoa
geram descrédito por parte dos outros e transmite-se uma imagem de oportunista
aos demais.
Confiança é algo que se constrói como um bloco de cada vez, mas,
quando é violada, a parede inteira vem abaixo.” (David Branker)
No trabalho, as
relações de confiança encorajam as equipes e assumirem riscos e facilita o
compartilhamento de informações entre as pessoas, o que impacta positivamente
na produtividade organizacional. Pesquisas mostram
que quando é baixo o nível de confiança no trabalho, há uma percepção de
mal-estar, sensação de descontentamento e sentimentos de angústia e ansiedade.
Esta falta de confiança repercute na saúde das pessoas no trabalho, no
desempenho e alcance dos resultados organizacionais.
A confiança é, antes de mais nada, uma relação
psicológica. Ela não pode se estruturar a não ser sobre certa transparência,
uma experiência partilhada e a certeza que se pode crer na palavra dada pelos
colegas.” (Dejours)
Abraço,
Dani Nunes★
danielleanunes@gmail.com
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