Conheça os movimentos que mais
se repetem em nossa vida profissional e as consequências da boa ou má gestão de
cada um deles.
Certa vez assisti a uma palestra sobre
Ciclos. Sobre a
necessidade de encerrarmos cada ciclo a fim de nos liberarmos para assumir
novas responsabilidades, criar novos projetos e “espantar os fantasmas”.
De fato, fazemos parte da natureza e é ela a
maior prova de que a vida tem o seu equilíbrio organizado por ciclos, como por
exemplo: o nascer do sol anuncia um novo dia e seu pôr prenuncia a chegada da
noite; a primavera se manifesta após o inverno e, no seu final, introduz o
verão, que por sua vez, se despede trazendo o outono; dormir se faz necessário
para repor energias e estar acordado é condição para fazer, realizar,
construir, etc.
Sabendo da importância dos ciclos na nossa
vida, achei que seria relevante trazer à reflexão, alguns exemplos que se
repetem com frequência no desenvolvimento da carreira profissional de tantas
pessoas e, no final, comentar a provável consequência da má gestão dos ciclos.
Para aqueles que estão
iniciando a carreira
A grande maioria dos jovens inicia sua
carreira com toda a energia e disposição. Porém, passados alguns anos,
observa-se um profissional desmotivado, sem iniciativa e com perspectivas
futuras inteiramente limitadas. Isso ocorre por uma série de razões.
Entretanto, além de saber que alguns ciclos precisam ser encerrados para que
outros possam ser iniciados, uma das principais causas é a falta de visão dos
ciclos necessários para seu desenvolvimento.
Portanto, para aqueles que estão em inicio de
carreira, recomendo um “planejamento de ciclos”: a estruturação de como se
pretende construir sua carreira ao longo dos anos. Para tanto, é preciso
projetar e estabelecer metas (com prazos) até onde se quer chegar e os meios
necessários. Jamais se esqueça de que o medo pode ser um dos maiores obstáculos
para o encerramento de um ciclo.
Para aqueles que estão no meio
da carreira, porém com falta de perspectivas de crescimento
Tenho
certeza de que você, caro leitor, sabe do que estou falando, pois se já não
viveu essa situação, conhece alguém que se encontra nesse estágio.
Quantos
são os profissionais que, após alguns anos, conquistaram alguns degraus na
pirâmide organizacional e simplesmente estagnaram? Por que isso ocorre? O que
fizeram para mudar essa situação?
Se
você conversar com qualquer um desses profissionais, provavelmente escutará uma
das seguintes frases: “a empresa não dá oportunidade para o pessoal antigo”;
“meu chefe só vê qualidades no fulano e beltrano”; “tenho problemas de
relacionamento com meu superior”; “não sei mais o que fazer para ser
promovido”, e assim por diante.
Será
tudo isso realidade? Ou será que esses profissionais também não conseguem
enxergar os ciclos que compõem sua carreira? Para estes, nossa recomendação é
fazer uma “revisão dos ciclos” e planejar os “novos ciclos” necessários para
uma retomada do desenvolvimento profissional. Lembre-se que, além do medo, a
acomodação pode ser o principal adversário de seu progresso!
Para aqueles que estão no meio
de uma carreira ascensional
Os
profissionais que se encontram nessa situação sentem-se competentes, confiantes,
prestigiados e com a certeza de que as novas conquistas serão consequência
natural de seu sucesso.
Minha recomendação é fazer uma “reflexão dos ciclos passados” e a forma como
cada um deles foi concluído, extrair os melhores ensinamentos e projetar os
“novos ciclos”, ainda com maior consistência.
Portanto,
cuidado! Com uma carreira vitoriosa até aqui, certamente o medo não marcou
presença em sua trajetória, porém não se esqueça de que, se de um lado a
confiança é uma das principais qualidades dos profissionais vitoriosos, o seu
excesso poderá criar uma “cortina” que impedirá a visão realista dos ciclos
atuais e futuros de seu desenvolvimento.
Para aqueles que estão na fase
final de suas carreiras
Não
cheguei ainda a esse patamar. Mas vou falar aqui da experiência de Talentos que
acompanhei na minha vida de pessoas mais próximas. Pode parecer não haver
sentido em abordar esse grupo, afinal, a carreira já está chegando ao fim e
agora não há mais nada a fazer. Engano seu, pois para a grande maioria, esse
momento talvez venha a ser o mais difícil de toda carreira e, possivelmente,
seja o ciclo que apresente o maior grau de complexidade para fechamento ou
encerramento.
A
aposentadoria não é igual a “fazer nada” e nem “parar no tempo”. Tenho exemplo
na minha família que a essa etapa foi o inicio de uma grande história. Que as
grandes conquistas e o primeiro milhão na conta veio nesse ciclo. Por isso, a importância
de não parar no tempo! Mexa-se sempre! Independente da idade.
A principal consequência da má
gestão dos ciclos na vida profissional
Todos
sabemos que o stress representa uma das principais ocorrências dentro das
organizações e estima-se que 70% dos brasileiros sofrem as suas consequências.
Desse total, estima-se também que 30% sofrem da Síndrome de Burnout.
“A
chamada Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma das consequências
mais marcantes do estresse profissional, e se caracteriza por exaustão
emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com
relação a quase tudo e todos (até como defesa emocional)”.
A não gestão atenciosa e cuidadosa dos ciclos da vida profissional pode
conduzir a pessoa a um estado de exaustão prolongada e consequente diminuição
do interesse em relação a todas as coisas que se relacionam ao trabalho,
caracterizando assim a tal síndrome.
Na
medida em que os ciclos profissionais não são fechados, crescem os problemas de
relacionamento com as chefias e demais colegas, cai o desempenho e o grau de
cooperação com a equipe e aumentam os conflitos internos (até mesmo em relação
a situações consideradas simples).
No
contraponto de tais considerações, na medida em que os ciclos da vida
profissional são bem geridos, aumenta-se o grau de resiliência, ou seja, a
capacidade do ser humano de enfrentar as pressões e adversidades no ambiente de
trabalho sem ser acometido pelo stress ou se tornar vítima da síndrome de
burnout.
Acredito
que as pessoas que conseguem desenvolver uma boa gestão dos ciclos da vida
profissional se fortalecem e “acumulam energia” que as ajudam a resolver os
problemas e superar as barreiras e dificuldades com naturalidade. Apesar de
concordar que ser resiliente é uma questão de atitude, tenho certeza que, gerir
competentemente os ciclos de sua vida profissional, encerrando-os no tempo
certo ou quando as circunstâncias impuserem, irá ajudá-lo a fortalecer seu grau
de resiliência.
Finalmente,
é possível perceber quando um ciclo profissional chega ao fim: “Você para de
aprender, sente que sua influência sobre as decisões está diminuindo e as
relações estão se desgastando”.
Se chegou esse momento, é melhor iniciar o
planejamento da mudança do que ser aniquilado por ela.
Abraço,
Dani Nunes★
danielleanunes@gmail.com
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