quinta-feira, 23 de abril de 2015

Nova fase, novo aprendizado!

Conheça os movimentos que mais se repetem em nossa vida profissional e as consequências da boa ou má gestão de cada um deles.

Certa vez assisti a uma palestra sobre Ciclos. Sobre a necessidade de encerrarmos cada ciclo a fim de nos liberarmos para assumir novas responsabilidades, criar novos projetos e “espantar os fantasmas”.
De fato, fazemos parte da natureza e é ela a maior prova de que a vida tem o seu equilíbrio organizado por ciclos, como por exemplo: o nascer do sol anuncia um novo dia e seu pôr prenuncia a chegada da noite; a primavera se manifesta após o inverno e, no seu final, introduz o verão, que por sua vez, se despede trazendo o outono; dormir se faz necessário para repor energias e estar acordado é condição para fazer, realizar, construir, etc.
Sabendo da importância dos ciclos na nossa vida, achei que seria relevante trazer à reflexão, alguns exemplos que se repetem com frequência no desenvolvimento da carreira profissional de tantas pessoas e, no final, comentar a provável consequência da má gestão dos ciclos.

Para aqueles que estão iniciando a carreira
A grande maioria dos jovens inicia sua carreira com toda a energia e disposição. Porém, passados alguns anos, observa-se um profissional desmotivado, sem iniciativa e com perspectivas futuras inteiramente limitadas. Isso ocorre por uma série de razões. Entretanto, além de saber que alguns ciclos precisam ser encerrados para que outros possam ser iniciados, uma das principais causas é a falta de visão dos ciclos necessários para seu desenvolvimento.
Portanto, para aqueles que estão em inicio de carreira, recomendo um “planejamento de ciclos”: a estruturação de como se pretende construir sua carreira ao longo dos anos. Para tanto, é preciso projetar e estabelecer metas (com prazos) até onde se quer chegar e os meios necessários. Jamais se esqueça de que o medo pode ser um dos maiores obstáculos para o encerramento de um ciclo.





Para aqueles que estão no meio da carreira, porém com falta de perspectivas de crescimento

Tenho certeza de que você, caro leitor, sabe do que estou falando, pois se já não viveu essa situação, conhece alguém que se encontra nesse estágio.
Quantos são os profissionais que, após alguns anos, conquistaram alguns degraus na pirâmide organizacional e simplesmente estagnaram? Por que isso ocorre? O que fizeram para mudar essa situação?
Se você conversar com qualquer um desses profissionais, provavelmente escutará uma das seguintes frases: “a empresa não dá oportunidade para o pessoal antigo”; “meu chefe só vê qualidades no fulano e beltrano”; “tenho problemas de relacionamento com meu superior”; “não sei mais o que fazer para ser promovido”, e assim por diante.
Será tudo isso realidade? Ou será que esses profissionais também não conseguem enxergar os ciclos que compõem sua carreira? Para estes, nossa recomendação é fazer uma “revisão dos ciclos” e planejar os “novos ciclos” necessários para uma retomada do desenvolvimento profissional. Lembre-se que, além do medo, a acomodação pode ser o principal adversário de seu progresso!

Para aqueles que estão no meio de uma carreira ascensional
Os profissionais que se encontram nessa situação sentem-se competentes, confiantes, prestigiados e com a certeza de que as novas conquistas serão consequência natural de seu sucesso.


Minha recomendação é fazer uma “reflexão dos ciclos passados” e a forma como cada um deles foi concluído, extrair os melhores ensinamentos e projetar os “novos ciclos”, ainda com maior consistência.
Portanto, cuidado! Com uma carreira vitoriosa até aqui, certamente o medo não marcou presença em sua trajetória, porém não se esqueça de que, se de um lado a confiança é uma das principais qualidades dos profissionais vitoriosos, o seu excesso poderá criar uma “cortina” que impedirá a visão realista dos ciclos atuais e futuros de seu desenvolvimento.

Para aqueles que estão na fase final de suas carreiras
Não cheguei ainda a esse patamar. Mas vou falar aqui da experiência de Talentos que acompanhei na minha vida de pessoas mais próximas. Pode parecer não haver sentido em abordar esse grupo, afinal, a carreira já está chegando ao fim e agora não há mais nada a fazer. Engano seu, pois para a grande maioria, esse momento talvez venha a ser o mais difícil de toda carreira e, possivelmente, seja o ciclo que apresente o maior grau de complexidade para fechamento ou encerramento.
A aposentadoria não é igual a “fazer nada” e nem “parar no tempo”. Tenho exemplo na minha família que a essa etapa foi o inicio de uma grande história. Que as grandes conquistas e o primeiro milhão na conta veio nesse ciclo. Por isso, a importância de não parar no tempo! Mexa-se sempre! Independente da idade.



A principal consequência da má gestão dos ciclos na vida profissional
Todos sabemos que o stress representa uma das principais ocorrências dentro das organizações e estima-se que 70% dos brasileiros sofrem as suas consequências. Desse total, estima-se também que 30% sofrem da Síndrome de Burnout.
“A chamada Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma das consequências mais marcantes do estresse profissional, e se caracteriza por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até como defesa emocional)”.


A não gestão atenciosa e cuidadosa dos ciclos da vida profissional pode conduzir a pessoa a um estado de exaustão prolongada e consequente diminuição do interesse em relação a todas as coisas que se relacionam ao trabalho, caracterizando assim a tal síndrome.
Na medida em que os ciclos profissionais não são fechados, crescem os problemas de relacionamento com as chefias e demais colegas, cai o desempenho e o grau de cooperação com a equipe e aumentam os conflitos internos (até mesmo em relação a situações consideradas simples).
No contraponto de tais considerações, na medida em que os ciclos da vida profissional são bem geridos, aumenta-se o grau de resiliência, ou seja, a capacidade do ser humano de enfrentar as pressões e adversidades no ambiente de trabalho sem ser acometido pelo stress ou se tornar vítima da síndrome de burnout.
Acredito que as pessoas que conseguem desenvolver uma boa gestão dos ciclos da vida profissional se fortalecem e “acumulam energia” que as ajudam a resolver os problemas e superar as barreiras e dificuldades com naturalidade. Apesar de concordar que ser resiliente é uma questão de atitude, tenho certeza que, gerir competentemente os ciclos de sua vida profissional, encerrando-os no tempo certo ou quando as circunstâncias impuserem, irá ajudá-lo a fortalecer seu grau de resiliência.


Finalmente, é possível perceber quando um ciclo profissional chega ao fim: “Você para de aprender, sente que sua influência sobre as decisões está diminuindo e as relações estão se desgastando”. 

Se chegou esse momento, é melhor iniciar o planejamento da mudança do que ser aniquilado por ela.

Abraço,

Dani Nunes
danielleanunes@gmail.com

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